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Porto Velho: CREAS Mulher orienta para procedimentos em caso de suspeita ou flagrante de violência doméstica


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Testemunhas de agressão devem entrar em contato através do 190 em caso de flagrante ou 180 para denunciar

Criado através da Lei Municipal nº 1.762/2007, o Centro de Referência Especializado da Assistência Social no Atendimento à Mulher Vítima de Violência Doméstica (CREAS Mulher), da Prefeitura de Porto Velho, atua na reconstrução da cidadania, no resgate da autoestima e na reestruturação física, emocional e social de mulheres vítimas de violência doméstica.

De acordo com a diretoria do CREAS Mulher, atualmente mais de 1,5 mil mulheres fazem parte da rede de apoio coordenado pela Secretaria Municipal de Assistência Social (Semasf).

Município presta apoio a mais de 1,5 mil mulheres vítimas de violência domésticaMunicípio presta apoio a mais de 1,5 mil mulheres vítimas de violência doméstica

Ainda de acordo com a diretoria, em 2021 cerca de 310 casos foram atendidos pelo órgão, do qual apenas 27% seguiram com os cuidados até o fim. O que significa que 73% dos atendimentos realizados pelo centro foram abandonados ao longo dos procedimentos. Já no primeiro trimestre de 2022, o número de evasão assistencial chega a 63% dos quase 100 atendimentos realizados nas áreas social, psicológica e jurídica.

Uma pesquisa realizada pelo Ministério Público de Rondônia (MP-RO) identificou que as principais causas relacionadas à evasão assistencial estão intimamente ligadas a vergonha e medo de procurar ajuda.

Outro fator que também leva a vítima a abandonar os atendimentos é a sensação de fracasso, culpa, esperança de mudança comportamental do agressor, falta de apoio familiar e de amizades, dependência econômica, princípios religiosos e preocupação com filhos.

“Caso a mulher tenha seus direitos violados, um vizinho ou qualquer outra pessoa que testemunhou a agressão pode entrar em contato através do 190, ou também pelo 180, para denunciar, e se precisar vir diretamente ao centro, temos uma equipe à disposição para atender”, afirma Raisa Cristina, diretora do CREAS Mulher.

Raisa Cristina, diretora do Creas MulherRaisa Cristina, diretora do Creas Mulher

TIPOS DE VIOLÊNCIA

Entre os tipos de violência relatados pelas vítimas estão a psicológica, física, moral, sexual, virtual e patrimonial.

Na violência psicológica, a vítima sofre perseguição, humilhação, ameaça, chantagens, controle da vida social e isolamento.

Na violência física, agressões com tapas, socos, queimaduras, mordidas, empurrões e puxões de cabelo são alguns exemplos do tipo de violência relatada. Por vezes resultam em feminicídio.

Na violência moral, a vítima deste abuso sofre injúrias, difamação e calúnia.

Na violência sexual, a vítima é obrigada a manter relações forçadas. Outra característica deste tipo de abuso é realizar atos libidinosos em troca de dinheiro ou bens, impedimento do uso de métodos contraceptivos, forçar gravidez e aborto.

Na violência virtual, o agressor divulga/compartilha fotos e vídeos íntimos pela internet sem a autorização, com o objetivo de humilhar ou chantagear.

Thais Tudela, psicóloga do Creas Mulher Thais Tudela, psicóloga do Creas Mulher

Já a violência patrimonial é quando o agressor provoca a quebra de móveis, celulares, objetos pessoais, além de reter valores em dinheiro para que a vítima não tenha acesso a meios de pagamentos. Rasgar fotos com o intuito de abalar a vítima também é configurado como violência patrimonial.

COMO IDENTIFICAR

Embora fuja da regra, alguns sinais podem indicar o comportamento agressivo de um parceiro violento. Comportamento controlador, comportamento de crueldade com animais e crianças, prática de abuso verbal, desenvolvimento de expectativas irreais com relação à parceira, negação de abusos em relacionamentos passados e mudança de ritmo da relação amorosa.

“Geralmente a mulher que passa anos da vida suportando uma situação de violência, acaba com problemas psicológicos e psiquiátricos, levando ela a ter crises de ansiedade e até mesmo depressão, por conta das ofensas acaba ficando com baixa autoestima, muitas ficam com insônia e até mesmo confusão mental”, destaca a psicóloga Thais Tudela.

Ainda de acordo com a psicóloga do CREAS Mulher, o ciclo de agressão tem três fases: tensão, explosão e lua de mel. Durante a fase de tensão é comum haver uma falha na comunicação com discussão. O que faz que muitas mulheres prefiram evitar conflitos ficando calada, isolada e com medo.

Além da rede de apoio, Prefeitura trabalha com a conscientização sobre o temaAlém da rede de apoio, Prefeitura trabalha com a conscientização sobre o tema

Na fase de explosão, o agressor perde o controle e parte para agressão física. Nesta circunstância, a mulher chama a polícia, sai de casa e procura um abrigo.

Já na fase lua de mel, o ofensor pede desculpas prometendo mudar o comportamento e não praticar os mesmos atos. Neste caso, ocorre um novo entendimento entre o casal. Com o passar do tempo, os intervalos entre uma agressão e outra ficam menores, o que provoca o aumento da frequência de abusos. Em alguns casos o ciclo de violência termina em feminicídio.

CONTATO

O Creas Mulher está localizado na rua Antônio Lourenço (antiga Venezuela), nº 2360, no bairro Embratel, ao lado da Maternidade Municipal Mãe Esperança.
Telefones: (69) 3901-3640 e 98473-4725.

O horário de atendimento é de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h.

Texto: Carlos Sabino
Foto: Leandro Morais

Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)

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